A busy November for The Magdalena Project
Um novembro intenso para o Magdalena Project
Novembro 2017 foi um período intenso para o Magdalena Project: quatro festivais acontecendo ao mesmo tempo no Brasil, na Argentina, na Itália e na Alemanha. Cruzamento de caminhos em todas direções, mulheres que se encontram a traves dos continentes e que preparam muitos outros eventos. É sempre um grande prazer poder juntar-me com amigas do outro lado do mundo.
Encontrei Luciana Martuchelli, Amaranta Osorio, Meg Ella, Verónica Moraga e Antonieta Muñoz e outras mulheres em Odin Teatret em Holstebro enquanto trabalhavam com Jill Greenhalgh e Suzon Fuks para "The Book of Space". Eu vi o ensaio delas no mesmo dia em que lançamos o novo livro de Open Page Publications Future Conditional - Notes for Tomorrow, com Gilly Adams, Geddy Aniksdal e Maggie B. Gale (de sua cama em Manchester, como tinha gripe). Suzon fez um streaming com filmagem no Facebook do momento em que literalmente lançamos o livro jogando-o para o público. Teresa Ralli, que viu isso no Peru, pediu-me para lhe lançar o livro da mesma maneira quando a vi no Equador um mês depois. Durante o ensaio, admirei as projeções e o compromisso de todas as mulheres, e como Jill e Suzon estavam desenvolvendo idéias e imagens em que tinham trabalhado antes na Austrália e no Transit na Dinamarca. Também experimentei o início do momento de crise que sempre chega quando o processo começa a virar ate um resultado.
Depois vi Ana Woolf, Natalia Marcet, Natalia Tesone e todas as colegas delas do Magdalena Segunda Generación em Pinamar, na Argentina, onde Ana Woolf e eu tivemos que liderar um desfile em uma única linha que incluía Amaranta Osorio, Ya-ling Peng, Brigitte Cirla, Éléonore Bovon, Lucia Sander, Verónica Moraga, Antonieta Muñoz, Isa Soarez e muitas outras mulheres, enquanto Suzon Fuks nos olhou através da câmera. Estávamos todas vestidas de vermelho e branco e alguns espectadores pensavam que pertenciam a uma seita religiosa, mas nossas canções e música eram mais felizes enquanto conquistamos as ruas, varandas, colinas, lagos e jardins. Nos esforçamos para ser pontuais em um programa preenchido, às vezes escapando para a praia, mas na maior parte compartilhando entusiasmo correndo de um local para o outro. Foi bom ver como Natalia Tesone e Luiza Bitencourt se desafiaram com novas tarefas, prontas para transformar a segunda e a terceira geração da Magdalena em uma força capaz de liderar com responsabilidade.
No Equador organizei uma reunião do Magdalena durante o festival internacional de teatro em Loja, que chamamos Ser Actriz (ser atriz). Verónica Falconí e Carolina Pizarro falaram e depois juntaram-se a elas todas as mulheres presentes sentadas numa rodada; algumas muito jovens, outras da minha idade, todas com a necessidade de compartilhar. Temas abordados foram presença e invisibilidade. Também falei sobre o Festival da Magdalena organizado por Susana Nicolalde em Quito e anunciei que está preparando uma nova para o próximo ano. Poucos dias antes, eu tinha dado uma saudação de pássaro na abertura de sua exposição de fotos enquanto Susana distribuía rosas brancas de agradecimento. Entre as fotos, descobri uma poetisa chamada Violeta Luna, que eu pensava ser "nossa" Magdalena mexicana. Susana me contou sobre o Mulheres en Escena por la Paz organizado por Patricia Ariza, onde esteve em agosto com Geddy Aniksdal, Ana Woolf e Luciana Martuchelli, entre outras.
Vi Luciana Martuchelli novamente em Brasília em dezembro. Ela me contou sobre o festival em Frankfurt organizado por Bárbara Carvalho, do qual Jill Greenhalgh também me escreveu sugerindo-me de convidar Bárbara Santos, que conheceu lá, para o próximo Transit em 2019. Luciana está preparando seu festival Solos Férteis para o final de Julho 2018, pensando em cozinhar e incluir temas de novas masculinidades. Jill Greenhalgh disse que está disposta a trabalhar em uma edição de Daughter com todos homens intérpretes, um espetáculo que Luciana já havia apresentado em Bogotá no festival de Patricia Ariza. Discutimos o programa tentando escolher entre as muitas mulheres que Luciana gostaria de convidar e envolvendo todas as diferentes Magdalenas do Brasil, ao mesmo tempo que tentamos encontrar tempo para trabalhar juntas no solo de Luciana, Mare Serenitatis.
Uma discussão recorrente em todas essas reuniões com amigas que estão organizando, produzindo, escrevendo, ensinando e dirigindo foi como defender o tempo da atriz. A única solução que encontrei é que a primeira atividade do dia é entrar no espaço de trabalho e fingir que tudo o mais pode aguardar. Incluindo escrever para o website!
Um grande abraço a todas,
Julia Varley